terça-feira, 2 de março de 2010

o "b-a-bá"

uma das coisas que tinha na cabeça, ainda antes de sair de Portugal era:
"é pá...já que estou num país onde se fala árabe, vou aprender a falar árabe!"

depois reconsiderei:
"bom...se calhar o melhor é ver como está o meu francês, e se estiver meio enferrujado, o melhor é ir para um curso de francês, para desenferrujar".

ainda antes de sair de Portugal, alguém me disse "nao te preocupes. falas bem, e vais-te desenrascar sem problema. se queres saber, falas melhor que alguns argelinos!"

cheguei à Argélia e, na verdade, não tenho problemas de comunicação com as gentes de cá. não é que seja um native speaker do francês, aliás, tenho muitas falhas de vocabulário, tempos verbais, etc etc, mas nunca deixei de falar com as pessoas, percebo o que dizem, e elas percebem o que digo.

vai daí que:
"bora lá aprender o árabe!!!"

depois de muito procurarmos, perguntarmos e penarmos, eu e a L. lá encontrámos uma escola de línguas mesmo perto de nós, no edifício ao lado do nosso escritório. e hoje foi a primeira aula! =D

foi mesmo um b-a-bá.
senti-me com 6 anos outra vez, na primeira classe, a aprender o alfabeto, a copiar e a repetir as letras. com a diferença que aqui não tenho referências nenhumas da língua; as palavras são diferentes de tudo o que eu conheço, linguisticamente; escrever não parece escrever, parece desenhar; e não é da esquerda para a direita, é da direita para a esquerda (tanto o escrever, como o ler, como o folhear as páginas dos livros e dos cadernos!)

foi uma boa primeira aula, e estou bastante ansioso pelas que aí vêm! =D

8 comentários:

  1. Fazes muito bem Paulo ;)
    Também ando à procura de uma escola com horário compatível.
    Vamos ver se no final do estágio já conseguimos comunicar em árabe! Mashi? (também se usa por aí?)

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  2. A aprendizagem de qualquer língua estrangeira tem sempre muitas vantagens.Pelo menos, se percebermos o que "os nativos" estão a falar entre eles, já conseguimos ultrapassar aquela desconfiança de ,muitas vezes, pensarmos que estão a falar de nós e querermos saber o que pensam ou dizem de nós.
    Nestes últimos tempos há imensas pessoas portuguesas inscritas em cursos de línguas chinesas e árabes. O chinês, pois, eles estão a invadir o mundo todo e qualquer dia o comércio é todo deles. É melhor entendê-los.
    Árabe:esses, se pudessem também faziam o mesmo que os chineses.Mas isso é outra história!
    Para nós portugueses, que segundo muitos dizem não temos uma língua assim tão fácil de aprender, aprender qualquer estes 2 idiomas não me parece pêra fácil.Mas, pior que aprender a falar é aprender a escrever.Como tudo na vida, o tempo faz milagres.POr isso, toca a dedicarem-se ao estudo dessa nova língua.Vai ser uma descoberta surpreendente e enriquecedora para a vossa cultura geral.
    Boa sorte nos estudos agora iniciados.
    lol lol
    mãe I9

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  3. Imagino a sensação... mas como se costuma dizer "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" :)

    Por curiosidade: descobri agora na net que esta frase foi proposta por Fernando Pessoa em 1927 para ser o 1º slogan da Coca-Cola mas que nunca chegou a ser usado porque não foi aprovado pela Direcção Geral de Saúde... zzz...

    Por acaso Coca-Cola deve ter sido a 1ª (e única?) palavra em árabe que aprendi a ler :) كوكا كولا (da direita para a esquerda até se percebe a lógica: co-ca co-la) :) para o caso de ainda não te teres lembrado fica a sugestão de fotografia ;)

    Muitos beijinhos e vai-nos ensinando umas coisinhas!

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  4. re,
    boa sorte nessa procura, renata! =D mashi não se usa por aqui. pelo menos nunca ouvi. é uma coisa engraçada destes países, a pluralidade de "línguas dentro da língua". desde o princípio que nos falam no "literal" e no "dialecto". e às tantas percebemos que o primeiro é o árabe clássico, e o segundo é uma espécie de calão de cada país. e dentro do país, até pode variar de zona para zona. o que estamos a aprender é o clássico, para ser mais fácil comunicar, não importa o país onde estamos.
    seja como for, espero que possamos falar em árabe no fim do estágio, bien sur! =D

    mãe I9,
    a mim o que me interessa no árabe é mesmo o enqiquecimento da cultura geral. porque às vezes mais vale não saber o que estão a falar sobre nós! lol. obrigado pela força! =)
    (e o seu/ sua filho/filha? o que diz do país onde está? está a gostar, ou nem por isso?; também vai poder aprender alguma língua nova?; as gentes são muito diferentes, ou nem por isso?; o sítio é agradável?terá por acaso algum blog que eu possa acompanhar?)

    inês,
    curiosidade bem curiosa! é sempre assim, as ideias geniais são sempre postas de lado...
    a fotografia já está! foi uma das primeiras (argélia #3). ainda não viste o blog todo, pois não? goctha ya! =P
    beijinho, e até breve!

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  5. REsposta:
    É uma das que está em Paris.Está a gostar. O grupo colocado nessa cidade parece-me ser bastante coeso.Há camaradagem e muito convívio.Como problema:é uma cidade muito cara, tanto em bens de consumo como alojamento.Mas isso ela já sabia porque fez lá Erasmus. Pelo menos serve para ficar a falar fluentemente francês.Claro que gostaria de ter sido colocada num país de outro continente e com uma cultura totalmente diferente, mas paciência!Há que aproveitar ao máximo as coisas boas deste tempo que se vai passar a viver longe da família. DEsde que o trabalho lhe dê prazer, seja desempenhado da melhor maneira,logo é benéfico a nível pessoal e laboral.
    POrtanto: vamos em frente!vamos aproveitar ao máximo tudo quanto surgir de novo. E , quem sabe, surja uma proposta de trabalho depois do estágio.
    POr aqui....nada de novo. Então: a saída é a solução.
    A ver vamos. Com calma!
    Blogue:até ao momento parece que não há tempo para isso.

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  6. por um lado, é uma pena não poder ter esta experiência num país novo, num sítio diferente. mas por outro, é uma oportunidade que, no fim, será o que fizermos dela. são 6 meses, e depois acaba. por isso, só temos é que os aproveitar da melhor maneira! =D

    pergunta: se a sua filha não tem um blogue, como é que descobriu o meu? (porque quando me disse que é mãe de alguém que também é inov, pensei que me tinha descoberto pelo blogue desse alguém).

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  7. Não. Pesquisei por blogues INov e depois, por uns apanhei outros.Gosto de os ler, pois acho imensa piada às maneiras tão diferentes que as pessoas jovens têm de superar os problemas, arranjar soluções, aquele sentimento de "uni-vos uns aos outros" quando se está longe da família e do país.AS decepções a alegrias que têm, as viagens que fazem.Enfim, a maneira de agarrar com ambas as mãos tudo quanto lhes aparece. vivendo cada dia como se fosse o último. Sou muito curiosa, não é?

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  8. É, meu bem...e vai ter que treinar os músculos laringeos também! Esse pessoal tem muito fonema glotal!:P Que experiência bacana! Eu também já incrementei meu vocabulário, não sabe?;) Tem uma que eu achei genial!"Queixar" aqui pode ser o mesmo que "chaveco", ou mesmo que "paquera", compreendo a expressão mas não consigo encontrar uma palavra isolada para a tradução!(E aí, posso queixar você? Cê quer ser o meu paquera? Eh, eu estou te chavecando faz tempo!!) Ah, e sabe o que é "sapatão"? Pelo visto, mulher gay é sapatão por aqui!E "propina" não é o pagamento da escolaridade não, é policial corrupto!E "pica" que poderia ser a nossa vacina modo maternalês, aqui é bem diferente!!!Qdo quizer uma fotocópia aí cê pede uma "xerox", portátil "notebook", fita-cola "durex"!

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