domingo, 3 de abril de 2011

Souad Massi na Gulbekian | balanço

Chovia que se fartava, naquela Segunda-Feira de concerto. Como mandam as regras, cheguei mais cedo ao local, o tempo suficiente para deixar o guarda-chuva no bengaleiro, ver as vistas e encontrar o resto do pessoal.
Nunca tinha assistido a um espectáculo na Gulbenkian e estava ansioso para ver como se portavam, quer a cantora, quer o auditório. No final, nada a apontar. Nem a um, nem ao outro.
Gostei muito do concerto. Foi bom ver ao vivo a senhora que ouvi durante meses no carro do Abdellah. E, às tantas, cheguei mesmo a fechar os olhos e imaginei-me outra vez em Argel, a caminho do trabalho, de manhã (e ainda meio ensonado), ou a voltar para casa, ao fim do dia (já meio ensonado). Aquela hora e meia de música (mais coisa, menos coisa), levou-me outra vez até Argel, trouxe-me à cabeça memórias dos 6 meses de "passeio" com o Abdellah, de tudo o que vivi na Argélia.
Depois do concerto, do encore, e de uma última música, que Souad cantou sozinha, acompanhada apenas pela guitarra que tinha nas mãos, houve direito a uma sessão de autógrafos. Eu e a L. esperámos a nossa vez, na fila, para contarmos à cantora a nossa história: que vivemos 6 meses na Argélia, que viajámos bastante, que conhecemos pessoas espectaculares, que visitámos sítios brutais, que aqueles dias dificilmente sairão da memória. Ela recebeu-nos com toda a sua simpatia, ficou encantada com as nossas histórias, todas as nossas viagens. Enquanto as pessoas iam comprar um CD para ela autografar, por cerca de 15 euros, a L. apareceu com toda a discografia dela, comprada numa loja de música (certificada!) de Argel, por 1.50 euros cada rodela de música. Pas de problème! Afinal de contas, ela sabe como é que as coisas funcionam na terra dela. Fiquei com a ideia que, por ela, podíamos ficar ali horas e horas a falar sobre a Argélia, sobre o que vimos, sobre isto e sobre aquilo. Mas, como a fila estava a aumentar e ela tinha que dar vazão à coisa, disse-nos que tinha gostado muito de nos ter conhecido e ter falado aquele bocadinho connosco, mas que tínhamos que ir andando. Perfeitamente compreensível, claro!

Deixo-vos um filme (o único que encontrei), de uma das músicas apresentadas no concerto.

1 comentário:

  1. Bem pode agradecer à Indiana Anoushka Shankar ter cancelado o contrato agendado na F.C.G. para esse dia. Só assim foi possível assistir ao concerto da sua cantora de eleição.
    Embora de vez em quando também faça "o gostinho aos olhos e ouvidos", mas não assisti.
    Mas conheço quem tenha assistido e tenha ficado com óptima impressão, pois não imaginava que fosse tão bom como foi. Foi mesmo, disse, uma agradável surpresa.
    Na verdade o grande auditório é um espaço muito bom, com boa visibilidade de todos os pontos e óptima acústica.
    Direi mesmo que é a melhor sala de Lisboa para assistir a espectáculos musicais, com conforto e estacionamento no local.
    Logo: há que ver os programas e agendar novas visitas a este local.

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